Existem muitas dúvidas se o Rali Vinho Madeira continuará a pontuar para o TER - Tour European Rally na próxima temporada. O calendário da competição europeia ainda não está selado mas a organização quer ver alguns problemas resolvidos na prova portuguesa para a manter.

O Rali Vinho da Madeira foi a quarta jornada do TER - Tour European Series, depois do Transilvania Rally, Rallye Antibes Cote d'Azur e Renties Ypres Rally. Mas dos 61 inscritos na prova só dois presentes não eram portugueses. Isto, muito devido às dificuldades por parte da organização madeirense em levar pilotos estrangeiros à prova, algo que o ferry que agora navega para a ilha não ajudou, por este ter entrado ao serviço quando a temporada estava em curso e os pilotos tinham já os seus planos definidos.

Mesmo assim, os organizadores do TER fizeram um balanço positivo da edição deste ano, até porque vários pilotos portugueses se inscreveram neste troféu.

"O 2018 Rali Vinho da Madeira foi um bom evento, tanto no geral, como no que diz respeito ao TER", disse um porta-voz da organização ao SportMotores.com. "Estamos muito satisfeitos com o número e a qualidade das tripulações registadas da TER, que incluíram os líderes globais da série e da DMACK TER2 Cup, o vencedor do TER - 2017, e todos os R5 inscritos no Rali Vinho Madeira."

Quanto ao calendário do próximo ano, este ainda não está definido. "Os promotores do TER estão a trabalhar no calendário de 2019, que esperamos lançar em setembro", explicaram-nos.

Contudo, a prova insular não terá vida fácil para se manter no calendário, pois "a Ilha da Madeira tem uma excelente localização, mas infelizmente parece sofrer de alguns problemas (por exemplo, voos) que, sem uma solução actual, dificultam que os pilotos, equipas e fãs se comprometam com a prova."

O TER nasceu para fundir os ativos de alguns ralis europeus, que ficaram de fora do calendário do europeu quando o Eurosport Events passou a promotor, e criar assim uma competição com o objectivo de oferecer "uma promoção global aprimorada". Os eventos escolhidos devem ter características marcantes: baseados em áreas turísticas, devem possuir características específicas únicas, diferentes dos outros eventos do campeonato e devem apresentar um excelente histórico turístico ou patrimonial.

A logística para a região autónoma de Portugal parece preocupar seriamente os organizadores europeus.

"Os custos do rali da Madeira são obviamente altos, e o que me assusta mais é a falta de opções e assistência quando as viagens de avião se tornam difíceis", afirma a mesma fonte oficial. "Nós acreditamos que isto não é responsabilidade do organizador, mas sentimos que as autoridades (turismo) deveriam tentar encontrar uma solução, não só para o rali, mas para o interesse global do turismo."

Em jeito de conclusão fica a nota: "o regresso, ou não, do TER à Madeira, depende de vários factores, sendo que a cooperação entre o promotor e os diferentes organizadores sempre foi a essência do nosso projecto."

Ao fim de quatro provas o TER 2018 é liderado por Giandomenico Basso, com 55 pontos, seguido de Joachim Wagemans, com 41. Fruto da vitória no Rali Vinho Madeira, Alexandre Camacho é o melhor português, ocupando o quinto posto com 29 pontos, mais seis que o sexto classificado, Miguel Nunes.